quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Confissões.
Capítulo 18: O Melhor Jantar.
e (quase) sem me dar conta já tinha pedido que me levassem no condomínio dele.
"Mel, tá perdida? rs. O que faz aqui? Entra..."
"Oii, tudo bem?"
Toda a vida, a minha vida, me sinto segura em frente de uma câmera, de um microfone, de estar em frente ao público e me sentir dona do palco, o nervoso se transforma em adrenalina. Mas estar em seu apartamento tem um efeito inverso, que ironia, não?
"Eu estava preparando algo pra jantar, quer?"
"É...Pensei que não ia estar em casa, por isso nem pensei em ligar antes de vir..."
"Ah, não tem problema, já que na confraternização nem tivemos tempo de conversar, e eu queria estar na minha casa, senti falta dela, senti falta de muitas coisas..."
Owwwn caraay! O que custa ser assim tão fofo?? O que custa fazer essa carinha linda?? E assim começamos a conversar muito, ele tinha ataques de riso contando-me das gravações e de fofocas internas e claro, eu não entendia porque eu não estava lá, mas já valia ver os seus olhos e os três tipos diferentes de sorriso que ele faz enquanto me conta algo (o de extrema alegria, o de safadiinho, e o que ele faz só pra me agradar). Foi a melhor janta que tive, não me importava que não me dissesse nada de nós dois, ou de mim, não precisava falar, podia se sentir na comodidade em que estavamos, no ritmo, em como me olhava, ou acariciava minha mão, em seu tom de voz e seu humor, e eu quase ficando louquinha, mas é algo que também se desfruta e faz a espera ser mais gostosa.
"Foi bom que ficasse pra jantar..."
"Hmmm, sua pizza estava ótima, Rafa, hahahá...Que bom que já voltou e que acabaram seus compromissos, você não estava dando a míinima atenção pra gente!"
"Aaaah, cala a boca sua bobiinha, não fala isso! Senti muita falta dessa tapadinha que você é..."
Aí ele começou a se aproximar.
"...desses fios loirinhos..."
Fez carinho na minha cabeça.
"...desses olhos..."
Olhou beeem fundo como se quisesse enxergar minha alma.
"dessa boquiinha..."
Segurou meu rosto, chegou muito perto e deu um beijinho no cantinho da minha boca.
"...e também senti falta..."
"Nonono, cheeega Rafael...senão não saio daqui!"
Ele riu...me despedi com um beijo na testa e fui, fui feliz, muuuuito feliz, quase sem ar, com palpitação a ponto de ter um infarto mas contente, e sigo estando feliz. Por que fui embora? Não sei, em questões de Rafael sempre o coração ganha a razão, mas minha mente e meu corpo desta vez estiveram de acordo, e saímos voando dali. Não sei se estou me protegendo para não sofrer, não sei se é o medo de nos fazer mal o que nos mantem nessa situação tão estranha, mas cada vez me convenço mais de que o medo de não ter essa vida ao seu lado é o que deveria nos motivar a ficar juntos... Serei injusta dizendo que não sou completamente feliz? Serei mal-agradecida com meu Deus por desejar ter mais uma benção? Que mau faço?