segunda-feira, 20 de abril de 2009
Confissões.
Capítulo 2: Ensaio.
Tudo estava saindo mal, durante todas as coreografias tive quase zero aproximação com o personagem dele e justo para o final quase tudo era nós, foram os piores dias de ensaio, já não sabia se era realidade ou ficção o que faziamos durante as danças. E justamente pra essa apresentação ensaiavamos uma música em que tinhamos que dar um beijo extrememente intenso. Depois que ele me deu a noticia sobre a Priscila tentei não ter contato com ele, o evitava e ele muito menos fazia muita coisa para ficar perto de mim, sabia que algo estava para explodir (sim, burro ele não é). Mas apesar de qualquer problema que podiamos ter entre a gente, na hora de dançar é pura e simples magia, sempre foi assim, a coreografia deixa de ser coreografia, perde seu ambiente e tudo o que nos rodeia, só estamos eu e ele, é quimica, é conexão, isso não se pode explicar, só se sente e pronto. E como o senti caramba, foi demasiadamente forte para mim tentar fazer tudo aquilo em ficção quando por dentro estava me desfazendo. Na última parte, na hora do beijo, saí correndo (denovo!), já não suportava o ter perto, me doía, queria bater nele por me fazer sofrer assim e ao mesmo tempo morria para não me separar da sua boca.
"Mel, espera por favor, você não fala comigo há dias, se não fosse pelos ensaios não saberia nada de você. Que foi hein?"
É verdade que os homens são meio brutos, será que realmente não sabe que estou morrendo por ele? Que literamente me mata que saia com ela? Já não queria continuar falando com ele, só piorariam as coisas, mas bastou que ele dissesse o meu nome para que as lágrimas saíssem de mim como uma cachoeira d'água!
"Sério cara, me deixa, você sabe perfeitamente o que tá acontecendo, sabe perfeitamente o que sinto por você, e não quero te fazer se sentir culpado, acredite: eu quero que você seja feliz, então é melhor deixar as coisas assim."
E eu dizia para mim mesma: não vou olhar pra ele, não vou olhar pra ele, não Melissa, não veja essa carinha de preocupação. Continue guardando sua roupa, se concentra no ziper da mochila. Não sinta a mão dele em seu ombro, não sinta como ele mexe no seu cabelo que ficou dentro da blusa. Maldito seja, não tira sua mão daí por favor...
"Você está chorando? Não suporto que chore, por favor não fique brava comigo, quero compartilhar esta etapa contigo, você sabe que sempre vai ter um lugar especial no meu coração, e agora preciso e quero viver isso, me entende?"
Uuuui papáá, até aí tinha conseguido manter minha dignidade (poderia dizer que) intacta. Mas de repente e do nada me nasceu um outro eu, imaturo que nada mais faz do que um escândalo, perde mais o controle das coisas e termina estragando todo o assunto.
"Ah agora você esta insinuando que eu sou burra? Claro que eu te entendo! Mas parece que você se esqueceu de tudo o que nos rodeia."
Eu não tinha razões válidas e bastantes convincentes sobre o mal que fazia ele ter uma namorada que não fosse (obviamente) eu, na verdade eu tinha, mas não ia me render taanto assim pra ele, aaah não ia!
"Mel escuta, por Deus o que esta dizendo!? Tenho todo o direito de andar com quem eu quero. Você sozinha vai ter que decidir se quer ser parte disso que estou tentando compartilhar contigo."
E assim se foi, e me deixou alí. Aah, mas claro que antes comecei a gritar que o odiava, é horrivel não ser a que dá a ultima palavra numa discussão.Será que ele realmente não enxerga o quanto me faz mal que ele tenha uma namorada? Ainda mais ela sendo quase a minha irmã?