terça-feira, 21 de abril de 2009
Confissões.
Capítulo 5: Quando Tudo Começou.
Sempre fui uma sonhadora, às vezes (ou a maioria dos meus sonhos) são loucuras, mas no fim, são muitas as minhas loucuras e sim, tem algo que pode fazer meus sonhos mais perfeitos: é imaginar todos estando numa praia. Não tem lugar mais mágico que esse, amo estar lá, relaxo, me conecto comigo mesma, penso, imagino, sonho... Bom ao menos tudo isso pensava em fazer. Mas não, tenho dias com a minha família em um lugar que eu mais gosto e não posso disfrutar e isso é o que mais me chateia, que a única razão para que não possa aproveitar se chama 'Rafael ', e o odeio mais por isso, por me tirar este prazer. Que injusto, pensei que me afastando estes dias iria me tranquilizar, que eu ia ver as coisas de outra perspectiva, não sei, talvez deixar de vê-lo como homem e só me concentrar em vê-lo como amigo. MAS QUEM EU ENGANO? Isso é impossivel! Não posso separá-lo em partes, o que eu amo é tudo isso: o homem, o amigo, o conjunto. De forma igual tambem não posso dividir o que sinto, sinceramente posso dizer que quero vê-lo feliz, mas não posso deixar de sentir o 'querer vê-lo feliz ' comigo. Muito menos não posso acreditar que o perdi, que estúpida eu fui, o que me fazia estar tranquila foi o fato de que quase não temos tempo livre. Em que hora ia conseguir uma namorada se quase não temos vida fora do grupo? É, ele me mostrou que, já que 'quase não temos vida fora do grupo ', ele arranja alguém por aqui mesmo! --'
Eu conheci o Rafael quando ainda estávamos no colégio, confesso que no início o odiava com todas as minhas forças, o achava pretencioso, marrento, e sentia nojo e indignação em saber que a maioria das garotas de lá morriam por ele (como alguém era capaz de morrer por um tipo daquele???). Mas não nego que desde o primeiro momento tivemos uma conexão. Pouco tempo depois, quando eu e o Fábio fundamos o grupo, ele se inscreveu pros testes, como não era eu a jurada (e não tinha a mínima idéia que ele gostava dessas coisas) ele foi aprovado logo de cara, e no primeiro ensaio descobri que a pessoa que eu maais odiava seria meu companheiro de grupo, e pior, que eu tava começando a ter algum tipo de interesse por ele. Foi horrível, mas enquanto isso eu também tinha outros rolos amorosos por aí, assim eu me distraia do que eu sentia por ele e quase sem me dar conta me envolvi pra valer com outra pessoa: Fábio. Ele representava o oposto do Rafael, (apesar de que os dois sempre me trataram como uma princesa)! Fábio é como o lado pacífico, me dava tranqüilidade, estabilidade, me provocava ternura, com ele saía meu lado menina. Pois bem, comecei a namorar com o Fábio, e quase que ao mesmo tempo, eu e Rafa descobrimos o quanto éramos parecidos, e fmos ficando cada vez mais próximos, cada vez mais amigos, cada vez mais atraídos. E sempre existiu essa atração, mas oculta, não tinha outra saída a não ser me fazer de desentendida quando sentia essas mariposas no estômago, mariposas pelo amigo do meu namorado. Então surgiu a idéia de gravarmos um seriado, do tipo desses adolescentes com metade ficção/metade realidade. E quem seria meu par romântico? Ele!
Seria bastante falsa se dissesse que não me emocionei quando fiquei sabendo que ele seria o Guilherme da minha Giovanna, vi isso como uma escapação, não podia ter na vida real mas (aaahh), iria disfrutar na ficção. Má namorada? Não sei, ou melhor, sim. São pensamentos de uma namorada má, mas vamos ver, diga ao coração e aos hormônios que deixem de sentir isso...Éé, não é tão fácil, e muito menos quando você sabe que ele não é indiferente a tudo que está ocorrendo. Antes disso nunca aconteceu nada entre nós dois, o romance existia e não vou dizer mentiras, tiveram tentativas de beijos, mas a lealdade e o medo de botar tudo a perder me ganhavam. Jurei que depois de darmos nosso primeiro beijo em ficção acabaria com a tentação e assim seguiria vivendo a vontade, mas que surpresa nós levamos caramba! Ninguém me avisou dos fogos que iriam saltar quando ele tocasse meus lábios, ou o quão agitado ia ficar o meu coração, ou a vontade de que todos desaparecessem no mesmo instante, todos os câmeras, diretor e até mesmo o Fábio dos bastidores. Que gosto de beijo, e não é só isso, que incrível era compartilhar a cena com ele, amava a magia, a tensão e a conexão que tinhamos, tudo fluía naturalmente, e essa confiança junto com as horas intensas de gravação e ensaios ajudaram para que se fortalecesse nossa amizade. Eu voltei a referir a relação do Fábio com o Rafa, queria os dois, mas é claro que deixava de lado tudo o que sentia pelo Rafa, e fazia com que eles estivessem estavéis, para o bem deles e de todo o resto do elenco. Somos atores profissionais, temos que aprender a deixar de lado o ciúme que poderiamos sentir pelo trabalho que realiza o outro (e não me refiro a quem consegue o melhor papel, ou quem canta mais estrofes em uma canção, ou quem faz o par central numa coreografia). Estou falando do ciúme que dá por ver seu namorado beijando e acariciando outra e essa outra ser sua amiga, por isso sabe que é ruim sentir isso, mas como evitar não sentir quando ao mesmo tempo morre de vontade de que o amigo do seu namorado (que a essa altura é seu MELHOR amigo também) te beije e te acaricie no lugar dele? Confuso, eu sei, mas assim acontecia, era um conflito asqueroso de sentimentos. Aqui eram todos com todos, não tinha outra saída. Depois de bastantes meses assim, chega a tranqüilidade, aii, como desfrutei essa etapa, já não existia mais namorinhos, as tensoes entre ex-namorados iam baixando e a amizade com outras pessoas iam se fortalecendo. Enfim, já não havia nada (bom, quase nada) que me impedisse de estar mais e mais perto dele.
Que engraçado que agora eu queira estar a quilômetros de distância dele. E ele? Pensava em mim?