segunda-feira, 20 de abril de 2009
Confissões.
Capítulo 3: A Noite Do Fábio.
Eu estava zero descansada e sem ânimo nenhum de subir em um avião, a única coisa que me confortava era que iamos estar perto de muitos fans e isso me distrai e recarrega minhas pilhas de energia. Mas antes de viajar, tinha que enfrentar algo: ver o Rafael com a Priscila! Se fosse por mim jamais tinha entrado naquele teatro, só fui porque amo Fábio e precisava vê-lo em cena, era sua noite. Iam ser algumas horas, mas é claro que ia poder conseguir, só o que eu tinha que fazer era me sentar longe deles e concentrar-me no palco, parabenizar meu irmão e sair o mais rápido possível daquele lugar...Fácil. Mas como eu estava errada! Tudo estava indo de mal a pior, o teatro estava cheio de fans e de imprensa, tinha que usar meu melhor sorriso. Não deixei de procurá-lo com os olhos, tinha quase uma semana sem saber dele, isso era muito, principalmente quando estamos acostumados a conviver 24 horas por dia. Morria de vontade de ouvir sua voz, queria que me dissese que tudo havia sido um erro e que já não estava com ela. Pobre ilusão, durante a peça eu o vi de relance, tinha sua mão em cima da perna dela e isso foi o que me bastou para agarrar meu orgulho, foi um click, em um instante passei do querer ele para odiá-lo (pela milésima vez nesses dias). Em cima do palco não queria nem sentir ele perto, me queimava, tentou me abraçar e me mexi sem olhar pra ele, de todas as maneiras ele ficou perto de mim, me disse palavras baixinho que me deixaram arrepiada.
"Senti saudades, Mel."
Como se atrevia a me tocar ou falar comigo diante dela? Eu não podia me esqueçer que a traíra estava ali sentada entre o público, me sentia tão consciente de sua presença e isso só me fazia afastar mais ele. E também o que ele pretendia com isso? Pensou que por alguns dias que não o vi as coisas iam ser como antes? NADA SERIA COMO ANTES, assim como eu tinha que infrentar a situação, ele também ia ter que entender que perdia qualquer direito que teve sobre mim. Já não mais os romances, as brincadeirinhas, também não aos toquinhos, e eu não ia mais o consolar nem confortá-lo nas noites...ele já tinha outra que o fizesse. Então agora o que éramos? É possivel passar de amigos, à amigos com direitos, e logo voltar a ser amigos sem direitos??? Que situação tão incomoda, se sentia uma tensão impressionante no grupo. Ninguém sabia nem o que dizer, nem de qual lado ficar. Nas horas de vôo voltava a mudar o que eu sentia a respeito dele, já não o odiava como uma noite antes, mas me invadia uma tristeza imensa. Só de vê-lo, ouví-lo, me dava vontade de chorar, o tinha perto mas era como se estivesse longe, sentia falta dele, me sentia tão confusa. E ele não dizia nada, não sabia como se comportar comigo, ele é orgulhoso e muito covarde quando se trata de amor, e não ia ficar aguentando tantas mudanças, ficava distante, nervoso, prefiro achar que se sentia culpado.