segunda-feira, 4 de maio de 2009
Confissões.
Capítulo 11: Dúvidas.
Não acordei uma manhã sabendo que estava apaixonada por ele, digamos que foi algo que fui captando com o tempo. Coisas que melhor dizendo se tornam habituais e sem importância, de repente descobre que são vitais para você, que sem essas coisas não podeira viver, como se dar conta de que se sente só quando está sem ele, ou buscar seu cheiro impregnado em minha almofada. E rápido descobre que apezar de conhecê-lo e tê-lo tanto tempo convivendo com você as mariposas no estômago nunca desaparecem, e o mais importante de tudo é que descobre que ele é a única pessoa que você pode odiar com a mesma intensidade com que ama. O odeio por fazer tanto efeito em mim, e ao mesmo tempo amo que o tenha. Agora que estou doente ele tem se comportado divinamente comigo. Se passa por mim, checa se tenho febre ou se já tomei o remédio, procura fazer com que eu não fale muito para não me desgastar, ou seja, é ele que faz toda a conversa, óbviamente evitando temas incômodos, me conta de todas as burradas que fez quando viajou, me empresta seu mp3 para eu ouvir as canções novas que baixou, ou simplesmente fica comigo, em silêncio, enquanto me obriga (com os olhos) a terminar a comida. Não necessitamos dizer nada, simplesmente ficarmos perto um do outro é reconfortante. E odeio isso, odeio que com esses gestos me faça esqueçer o triste que tenho estado e odiar que morro porque me abraça ou que fique comigo em meu quarto enquanto eu durmo, mas não posso.
E como não amá-lo? Ele sempre cuida de mim como uma princesa, nos shows me olha profundamente quando passa por mim, me consola quando choro por problemas em casa, me dá colo e me acalma quando corro em desespero pra ele. Como não amar suas atenções? Tudo é tão natural, não tem nada forçado, o que ele faz é por que tem vontade, não posso evitar não sorrir, nem sentir no estomago uma apreensão cada vez que ele me olha, não posso evitar! Mas quem me garante que vamos continuar assim? Me sinto tão insegura, aparentemente as coisas estão estáveis mas me restam poucos dias "sozinha" com ele. Em alguns dias nós vamos voltar, em alguns dias ele vai voltar pra ela, e eu? Não sei se vou poder suportá-lo. Me tranquiliza ele estar aqui porque o tenho a uns passos de distância, sei o que faz e aonde vai. Mas no dia em que voltarmos, fora de nossos compromisos, já não vou vê-lo. Adoraria pensar que com certeza chegando ele termina com ela e tudo volta ao normal, mas não sei porque me faço de idiota, ele nem sequer me disse nada, não sei o que ele pensa, todas minhas conclusões são baseadas no que eu sinto em relação a seu comportamento. Não sei se devo enfrentá-lo e falar com ele de uma vez por todas, acabar com tantas perguntas que eu tenho feito em toda a viajem ou deixar as coisas assim e esperar ver como avança sua relação com a Priscila.
Já dou até risada da ironia de tudo, se tivesem me dito o que me esperava não sei tinha acreditado. Agora me arrependo de tantas atitudes que tive e desisões mal tomadas. Devia ter deixado de lado o rolo com o Fábio, ele gostava de mim e entenderia o que aconteceu com Rafa e eu, sei que no princípio não foi tão fácil digerir, mas era algo que mais cedo ou mais tarde ia acontecer e se ele, que era o principal afetado, meio que não se importava, o que importava o resto do mundo? Inclusive creio que ele foi o que mais se surpreendeu quando contei que não estava namorando com o Rafa, erro meu. Outro? Não devia deixar que a relação começasse a se tornar tão aberta, tão livre, o que acontecia com nós dois não era só paixão, havia e creio que ainda tem um sentimento forte, então me pergunto: Por que compartilhar o meu garoto quando o podia ter só para mim? Tantas cenas de ciúmes que poderiamos ter evitado por ambas as partes. Devia, devia, devia...blablablá...já nem importância tem me lamentar. Mas apesar de tudo tem algo de que não me arrependo: ter entregado à ele tudo de mim...meus sonhos e minha realidade. Meu corpo e meu espírito. Não sei o que nos espera quando regressarmos, mas quando ele a ver, desejo com todo meu coração que ao menos um segundo se lembre de mim. Que lembre da nossa história.