quarta-feira, 27 de maio de 2009
Confissões.
Capítulo 16: A Coletiva.
Um dia bipolar como tantos, de me levantar extremamente tarde (como tantos outros), vinha abaixo meu plano. E desde que abri meu olhos tinha um presentimento de que não ia ser um bom dia, me sentia de mal-humor, frustrada, mas com uma vontade impressionante de vê-lo, e isso porque tinha apenas 5 minutos que tinha acordado.
Todo o dia estivemos na rua, ao menos estavamos no Rio de promoção intensa com o CD, a coletiva seria no colégio onde nos 'iniciamos ', assim em qualquer break podia correr para minha casa e me refugiar na minha cama e deixar de vê-lo. Não suportava vê-lo e não ter ele me despentiando o tempo todo, queria comê-lo em beijos. Talvez meu problema pudesse ser solucionado com o Fábio, mas a verdade é que ele já não me provocava nada mais do que ternura, então o descartei junto com outros amigos bastante dispostos, porque o problema era que eu queria SÓ ele. Enfim todo o resto do dia só piorou, eu já estava histérica, gritava por qualquer coisa e até com os lindos que tentavam nos ver: sinal claríssimo de que a situação era grave. Chegando na sala onde daríamos as entrevistas e depois de muito trabalho com a imprensa, falei meio feio com o Téo por ter me deixado a mercê dos repórteres...e isso foi a gota que derramou o vaso.
Recebi uma mensagem no celular "Te vejo no auditório em cinco minutos.", é obvio que era do Rafa, mas estranhíssimo porque ele estava em minha frente, então devia ser algo delicado o que tinha que me falar para que estivesse tão misterioso, e na verdade o que eu menos tinha neste momento era paciência para dramas. Mas com a dúvida não ia ficar, fui para lá.
"O que aconteceu Rafael, qual o mistério? Não podia me dizer lá? Pra que essa palahaçada de me fazer vir até aqui ten..."
Isso foi tudo o que consegui dizer. Ele me agarrou pela cintura, me jogou nos puf's da decoração e me calou com um beijo. Nem tempo me deu de reação (e isso eu agradeço). Foram segundos que ficamos sem nos mover, sem nos separar, os dois saboreando e processando o momento, havia passado tanto tempo sem estar assim, sem sentí-lo assim que até vontade de chorar eu tinha. Era tudo o que meu corpo precisava... tudo o que eu necessitava. E minha boca o correspondeu como se fosse o último, e como se tivesse sido o primeiro, já mais perto de mim não o podia ter e como queria me fazia longe. Perdi a noção do tempo, nem sequer sentia meu corpo afundando nas almofadas, só estava consiente de uma de suas mãos no meu cabelo e da outra acariciando minha perna, da minha mão na sua nuca e dos nossos corações saindo do peito. Nos separamos porque em algum momento tinhamos que respirar, mas seu rosto não se afastou do meu...
"Agora deixa esse mal humor não? As pessoas não tem culpa de suas necessidades, Mel..."
Descaraaado, sempre rindo da minha cara. Tentei (mas não consegui) tirá-lo de cima de mim e dizer que não estava me fazendo nenhum favor e que não ter seus beijos não afetava meu humor...
"OOOOII?? Desculpa mas eu..."
"...e nem fique irritadinha, falei isso de brincadeira, e também isso foi para os dois, já tem meses que eu morro de vontade de fazer isso..."
Levantou , me deu um selinho e se foi. Sem eu poder dizer uma palavra. Mas tinha seu sabor e isso era o que exigia para alegrar meu dia. Que vergonha aceitar mas era verdade, minha briga com o mundo era reflexo do muito que sentiamos falta do "ele, eu e minha boca". Nem preciso dizer que o resto do dia foi felicidade e sorrisos para mim, neah? Então é isso, assim funcionamos nós dois, ele tem aprendido a me conhecer completamente e sabe perfeitamente o caminho para tocar meus sonhos. Bem ou mal é a realidade, ao parecer não poder estar nem juntos, nem separados.